ELEIÇÕES 2016

Pelo menos duas perguntas têm estado ativas e presentes em todas as conversas de que participo sobre eleições: afinal, o que aconteceu para tanta renovação é a principal e saber sobre se a Internet influenciou ou não a vitória ou a derrota de algum candidato.

Convido o leitor para raciocinarmos juntos sobre o motivo principal para não se chegar a 15% de reeleição dentre os que a disputaram e maciça preferência nas disputas de primeiro mandato aos novatos. A conclusão parece óbvia e aponta para as respostas de bate-pronto de prefeitos que não se reelegeram ou não elegeram seus sucessores, apesar de bons governos que tenham feito.

Dizem-me, repetidamente, que o motivo esteve na mídia, particularmente na rede Globo influenciando a população para “mudar o que está aí” – e como no geral os eleitores não diferenciam a política de Brasília com a do estado ou do município, optaram por escolher os novos. Com certeza, houve influência e entendo que de fato a ação dos meios de comunicação de massa interferiu nos resultados. Como sempre, aliás.

Falando em resultados, os leitores que compreendem a Administração Pública certamente visualizam os problemas que os municípios brasileiros enfrentarão neste primeiro ano quanto ao desconhecimento dos novos prefeitos – “marinheiros em primeira viagem” – na legislação e jeito de fazer enquanto gestores públicos.

Pessoalmente, espero que os Tribunais de Contas e o Ministério Público estejam pré-dispostos a mais esforços de esclarecimentos e compreensão, pois enquanto haja popularidade decorrente da escolha dos Chefes do Executivo também haverá ausência de perícia, sua e de sua equipe, fato promotor de equívocos e indecisões.

Quanto à internet e as propaladas atividades nas redes sociais, afirmo que vários candidatos fortaleceram suas candidaturas e venceram com ajuda desses meios e que é muito provável outros tantos não terem se beneficiado porque não fizeram “direito a lição de casa”, iniciando antecipadamente sua presença digital. Não ter aproveitado o extenso período de pré-campanha pode realmente ter impactado negativamente candidatos em competição com adversários que melhor aproveitaram esse período.

Esta é a dica: a pré-campanha é permanente – basta não pedir votos explicitamente e não cometer imprudências legais – e presença digital tem de ser contínua. Não é tarefa para assessores amadores na atividade, pois enquanto é diferencial positivo pode também causar “desastres eleitorais”.

Sim, eu digo que a Internet auxiliou a eleição de vários eleitos. E que alguns poderiam ter obtido melhor resultado se a tivesse utilizado adequadamente, a tempo. Mas também me atrevo a afirmar que não tenha sido o fator determinante das vitórias ou não-vitórias, apesar de sua importância a cada dia mais presente.

By Nelson Eduardo

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